domingo, 23 de setembro de 2012

E eu que pensei que pra ser feliz bastava apenas olhar nos teus olhos e descobrir que tudo era simples do jeito que eu imaginava. O que esperar de um universo hipócrita que insiste em nos cercar por todos os lados? O teu beijo por trás de tudo isso, apenas. Te ver entrar no carro, dominar o teu lugar, fazer com que ele seja teu, regular o banco, apertar minhas coxas como quem diz, "Por que tens que ficar sentada aí se me tens aqui ao lado pronta para qualquer coisa?". As ruas nunca foram tão testemunhas de tudo o que acontece. Vias escuras, árvores com sombras gigantescas, olhos fechados, escuro, tudo escuro até demais. "Vivo as claras", eu disse. "Ninguem precisa de claridade quando só se quer fechar os olhos", você falou. E nessa busca por tentar mostrar maturidade, querer ser mais que tudo isso, a gente vai deixando os tropeços de lado, vivendo um dia de cada vez, mas se tocando como se fosse o último contato. Não me importo que ele seja, desde que continue sendo meio teu, meio meu. Não me importo se tu és de Plutão e eu estou em Marte. Tem sido assim, na verdade acho que sempre foi. "Estás gostando", "to tranquila", "quantas diferenças", "nunca busquei o que me fosse semelhante". Tanta fala, tanto dito, tanto a dizer. Quem de nós sabe o correto a ser feito? Quem vai mostrar que nada do que está acontecendo deveria acontecer? Quem se habilita a encontrar saída pro que ainda nem teve entrada? Quem poderia sugerir que um dia seriamos o que nunca fomos agora?

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

- Posso ter um minuto? -Pode. - Fechei os olhos e acabei de ter a nitida sensação do seu toque em mim - E você gostou da sensação? Quer fechar os olhos junto comigo pra você sentir eu te tocar bem lentamente? - Me arrepiei toda. Foi como se estivesses aqui, me amando, me dominando, me tocando com calma... - Quero. - Então fecha que eu tenho todo o tempo do mundo pra te fazer sentir - Amo a eternidade que me fazes sentir de perto, quando estou contigo. Parece que os relógios somem, os compromissos se cancelam e só nos resta um ao outro. - Parece que a gente transcende pra um universo que é só nosso. E é bem por aí. Temos a capacidade de fazer esquecer tudo o que há ao nosso redor. Não precisamos de muito, só de muito, muito tempo juntos. - Acho que é pra isso que estamos caminhando. Juntos. De mãos dadas. Nos descobrindo no dia a dia da distância. Nos preparando para o dia a dia que vem aí. - Lembra quando pedias pra eu te tirar daí? Meus planos estão apenas começando. - E qual o próximo passo? - Conseguirmos nos amar no cotidiano. Nos defeitos. Nas manias chatas. No péssimo humor matinal. Vencer isso. Esse é o próximo passo. - É o que a vida tem reservado pra nós. Ela tem guardado cada momento, para solta-los dia após dia. - Talvez esteja aí a explicação para tanta saudade. Talvez a gente tivesse mesmo que passar essas duas semanas distantes. - Saudade confirma muita coisa. Distância, idem.