quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Eu sou chata, sabe? Chatona
Gosto de programa de nerd, gosto de programa cult, sou chata, chata mesmo, daquelas que prefere mil vezes ver um documentário sobre a produção fotográfica em 1920, do que encher a cara no bar da esquina com pessoas que não conseguem sequer fingir que sabem parafrasear pensadores inexistentes.
Eu sou daquelas que fica caçando música velha pra poder ouvir, quanto mais velha melhoor.
Meu sonho é ter um rádio antigo e uma quarto colonial, quem sabe assim eu não me aproximo da minha avó, afinal, dizem que somos tão parecidas, sabe?
Eu gosto de jazz, amor, adoro blues e queria ter nascido Etta James, juro pra ti. E o teatro? A última vez que assisti a uma peça, já nem sei mais.
Eu gosto de aproveitar a cultura local e a cultura nacional, mas não dispenso um bom filme francês e até um espanhol, como o de ontem. Eu gosto de cozinhar, mas não é qualquer comida não. Gosto de inventar coisas e até nomes pra elas. Amo queijo, sou louca por vinho e faço parte de uma confraria de bebedores de whisky. Meu cartão de visita, tem escrito "Play hard, keep walking"
Quer alguem mais chato que eu? Eu gosto de ouvir batuque e até cantar africano. Uma informação nova me atrai, como se eu tivesse conseguido completar aquele quebra-cabeças de 3 mil peças que nunca consegui, acho que por isso escolhi jornalismo,sabe, pra receber informação, passar informação e até travar uma informação. Sou imediata e ao mesmo tempo tão concreta, parada, inerte.
Dá pra entender? Acho que não, nem eu me entendo.

domingo, 17 de outubro de 2010

Anotações sobre um amor urbano

Chega em mim sem medo, toca meu ombro, olha nos meus olhos, como nas canções do rádio. Depois me diz: "-Vamos embora para um lugar limpo. Deixe tudo como esta. Feche as portas, não pague as contas e nem conte a ninguém. Nada mais importa. Agora você me tem, agora eu tenho você. Nada mais importa. O resto? Ah, os restos são restos. E não importam. Mas seus livros, seus discos, quero perguntar, seus versos de rima rica? Mas meus livros, meus discos, meus versos de rima pobre? Não importa, não importa. Largo tudo. Venha comigo pra qualquer outro lugar. Triunfo, Tenerife, Paramaribo, Yokohama. Agora já. Peço e peço e não digo nada, mas peço peço diga, diga já, diga agora, diga assim (...) vou dizendo lento, como quem tem medo de quebrar a rija perfeição das coisas, e vou dizendo leve, então, no teu ouvido duro, na tua alma fria, e vou dizendo leve, e vou dizendo longo sem pausa - gosto muito de você.

CFA