segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Vidros embaçados


Sinto como se meu corpo não obedecesse meus comandos. Ele foge de mim, transcende. Toma vida e vai até você. Te beija, deseja, sabe que não pode, te procura, analisa cada parte do seu corpo. Vive, morre, ressucita, tudo em um só minuto.
Ultrapassa a sensatez que nunca existiu, fica preso ao mais profundo beijo secreto, de um momento claro aos olhos de todos.
Desejo, beijo, toque, gosto, gesto. Minhas mãos passam por entre teus detalhes suados, como se deslizassem na fúria do seu mar. Fúria, carinho e preocupação, minha mente? Não.
Não pode, não deve. Não quer dizer que esse tesão que me consome o corpo já dominado pelo calor do teu, não sente o mesmo respeito que tinha antes. Antes de tocar você, de te ter dessa maneira, em qualquer lugar, a qualquer hora, em qualquer situação.
Meu corpo clama! Sexo, sem nexo, eixo, puro desejo. Ver nosso suor molhando as roupas que já não nos pertencem mais. Cometer devaneios, ter anseios.
O olhar nessa hora já é pouco, minhas mãos te analisam, recolhem cada detalhe, armazenam em minha mente os sons que saem da sua boca, assim como o gosto que fica em meus lábios, quando beijo os seus.
Louco desejo.
Contentação, lamentação, inquietação. Rimas pobres e um desejo não saciado. Hora ultrapassada e uma noite mal solucionada. Te deixar com o desejo latente e me esvair na noite, impossibilitada, casta, intocável. E você, lá!
Sem mim, sem ti, fora de si. Apenas com a enxurrada de desejos que insiste em atormentar essa cabeça infinitamente confusa entre pêlos e zelos.

Um comentário:

Unknown disse...

Teus sentimentos denotam insatisfação. Insatisfação porque você não tens o que desejas no tempo que gostarias. Ao meu ver, suas palavras exprimem uma vontade insana de, um dia, conseguir realizar um grande sonho: ter alguém sem limites. Sem restrições. Alguém que você possa chamar de seu e, de fato, ser seu.